domingo, 8 de agosto de 2010

Internet, lugar de autoria ou de plágio?

A internet já faz parte da vida de quase todas as pessoas no mundo inteiro, mesmos as resistentes a esta mídia, não conseguirá livrar de suas garras e pedagogicamente ela pode ser muito útil, se usada com moderação e consciência, tanto por alunos quanto professores.

Fonte: colegiosaojoaoilhabela.com.br
Nela podemos encontrar informações sobre tudo e de maneira rápida. Mas com tanta facilidade ela pode se tornar um meio de plágio se não estivermos conscientes da importância de sermos autores de nossos trabalhos, defender e divulgar as nossas ideias. Por isso nossos alunos precisam estar preparados para este tipo de pesquisa. Eles precisam saber que quando copiamos a ideia de outra pessoa, na íntegra, significa “crime” e principalmente estamos afirmando que “não somos capazes”, “não temos ideias” e desta forma não há produção de conhecimento.

Sendo assim entre tantos desafios que o professor precisa vencer na sua carreira pedagógica, está o de educar o estudante para pesquisar e elaborar na internet sem cometer o plagiamento. Para tanto, além de conhecer as tecnologias, os professores devem possuir “fluência tecnológica” para que se torne um mediador e consiga fazer dela um meio de aprendizagem. Surge então a necessidade do aprender permanentemente – aprender a aprender, conforme um dos saberes de Edgar Morin.

Quando se trata de educar, o método do exemplo sempre foi o melhor ensinamento. Desta forma, portanto, professores autores podem mais facilmente forjar alunos autores. Mas esta autoria precisa ser visualizada em sua excelência e fragilidade: é excelente, no horizonte da vida como reconstrução a partir do sujeito que forja a autonomia possível e conduz seu destino relativamente; é frágil, no horizonte das realidades descartáveis, incompletas, passageiras, pois toda autoria é feita de outras, conforme dizia o cientista há muitos anos atrás, “no mundo nada se cria, tudo se transforma”.

A internet tem sido alvo de muitas críticas negativas nos dias atuais, mas tudo depende da forma que é conduzida. Os alunos precisam de orientações para saber escolher entre o certo e o errado. Segundo WITHROW( 2004), como é um mundo em geral atraente/envolvente, cheio de cantos da sereia, torna-se difícil não se perder nele. É bem mais complicado questionar o que nos fascina. Por isso, encontramos extremos recorrentes: de um lado, gente que resiste bravamente; de outro, gente que engole sem pensar.

As novas tecnologias são ambíguas como toda dinâmica histórica e natural, podendo-se fazer delas coisas importantes e deletérias. Como educadores precisamos ensinar a nós mesmos e aos nossos alunos a fazer uso desta mídia de forma construtiva e através dela compartilhar seus conhecimentos com os demais internautas. De certa forma, reter informação como se fosse vantagem é desfazer o tapete debaixo dos próprios pés, porque informação só faz sentido se compartilhada. Apropriar informação é desvalorizá-la (BENKLER, 2006; LESSIG, 2004)

Para esta mídia ser usada como produtora de conhecimento e não de plágio, o apoio docente não pode restringir-se ao desafio de formação. Precisa incluir programas públicos que facilitem o acesso a computador, manejo de internet de banda larga, o uso de softwares que promovam autoria, habilidade de construir ambientes virtuais de aprendizagem, chance de atualização permanente e assim por diante. Para tanto, é importante também a remuneração do docente, porquanto esta deveria poder facultar o consumo adequado e sempre renovado das novas tecnologias. Também é fundamental que o professor tenha acesso a elas de maneira irrestrita, para estar à altura dos direitos de aprender do aluno.

Mais que proibir ou ameaçar, é fundamental cuidar para que os estudantes aprendam a pesquisar e a elaborar com maior desenvoltura, fazendo da internet a plataforma mais à mão do manejo crítico e autocrítico da informação. Só assim ela deixará esta imagem de máquina de Xerox ou plagiamento e passará a ser uma ferramenta poderosa de autoria e, consequentemente, de produção de conhecimento.

Um abraço,
Maria Dias

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